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14.04.2025 06:28 PM
Os mercados dependem das ações de Trump: a calma parece ser uma fantasia

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Os mercados globais foram sacudidos por um turbilhão de tarifas, e o centro da tempestade está mais uma vez em Washington. Com um simples gesto de sua caneta, Trump consegue fazer os índices despencarem ou lhes conceder uma recuperação, mas por trás dos números impressionantes há uma instabilidade à qual qualquer trader prudente deve estar preparado. O que está impulsionando a alta do S&P 500? Por que o euro se tornou o queridinho do mercado? Quais montadoras de automóveis estão à beira do abismo? E por que o "resgate" da Apple é apenas um alívio temporário? Esta análise examina os últimos acontecimentos e oferece sugestões sobre ações específicas.

A montanha-russa de Trump: por que os ganhos do índice são considerados uma oportunidade de venda, não uma reversão de tendência

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O presidente Donald Trump está de volta à sua característica imprevisibilidade. Justamente quando os mercados buscam desesperadamente um ponto de apoio, ele provoca o caos. Na semana passada, sua retórica tarifária desencadeou uma tempestade em Wall Street. O S&P 500, Dow, e o Nasdaq despencaram e se recuperaram – tudo em um intervalo de poucos dias. Neste artigo, analisamos por que a correção mais recente do índice não é motivo de comemoração, o que está por vir para o mercado acionário e por que os investidores devem considerar a possibilidade de vender na alta.

A semana começou com o pior cenário possível. Quando as tarifas elevadas entraram em vigor, os investidores entraram em pânico, provocando uma forte liquidação e temores de uma guerra comercial em grande escala. No entanto, em poucas horas, a situação se inverteu quando Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas "recíprocas" para a maioria dos países, excluindo a China.

Essa medida inesperada desencadeou uma forte recuperação do mercado. Os índices eliminaram suas perdas e subiram para o território positivo. Na quarta-feira, o S&P 500 deu um salto de 9,52%, marcando a terceira maior alta em um único dia desde a Segunda Guerra Mundial. O Dow ganhou mais de 2.900 pontos, e o Nasdaq subiu mais de 12%. A tempestade de medo foi substituída por uma chuva de otimismo.

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No entanto, o dia seguinte mostrou que o alívio foi apenas temporário diante de uma persistente incerteza estratégica. Na quinta-feira, os mercados voltaram a despencar: o S&P 500 caiu 3,46%, o Nasdaq recuou 4,31% e o Dow Jones perdeu 1.014 pontos. Enquanto isso, o índice de volatilidade VIX ultrapassou 50 pela primeira vez desde o início da década de 2020. O motivo? Uma nova escalada na guerra comercial entre EUA e China. Apesar da pausa tarifária para a maioria dos países, Pequim foi excluída. Pelo contrário: a administração Trump confirmou que todas as importações chinesas estariam sujeitas a uma tarifa de 145%, sem exceções nem adiamentos. Em resposta, a China anunciou medidas retaliatórias com tarifas de 125% sobre bens americanos, formalizando uma nova fase do conflito entre as duas maiores economias do mundo.

Na sexta-feira, os mercados voltaram a se recuperar de forma acentuada. Os investidores reagiram a comentários da Casa Branca indicando que Trump estava otimista quanto a um possível acordo com a China. Sinais adicionais do Federal Reserve, sugerindo disposição para intervir e apoiar os mercados, também impulsionaram a recuperação. Como resultado, os índices voltaram a subir: o S&P 500 avançou 1,81%, o Dow Jones ganhou 619 pontos (+1,56%) e o Nasdaq subiu 2,06%. Assim como na queda anterior, esse rali foi movido puramente por emoção, evidenciando o quanto os mercados se tornaram sensíveis a cada palavra do presidente.

A semana terminou em alta para as ações dos EUA: o S&P 500 acumulou ganhos de 5,7% (sua melhor semana desde novembro de 2023), o Nasdaq saltou 7,3% (melhor desempenho desde novembro de 2022) e o Dow avançou quase 5%. No entanto, esse rali não deve iludir os investidores. Apesar da forte recuperação de sexta-feira e dos sólidos ganhos nos três principais índices, o mercado permanece profundamente instável — e com razão.

Darrell Cronk, do Wells Fargo, observa que o mundo está apenas no início de um realinhamento mais amplo no comércio global, e que a atual pausa tarifária não deve ser vista como uma resolução, mas como um adiamento temporário antes da próxima fase de escalada. Em outras palavras: isso não é um sinal de compra, mas uma breve calmaria antes da próxima tempestade. As políticas das últimas semanas não representam uma estratégia de resolução, mas uma escalada passo a passo, com mínima previsibilidade. E vale lembrar: a imprevisibilidade é veneno para os mercados.

Enquanto os investidores oscilavam entre esperanças de distensão e temores de agravamento, o mercado de títulos entrou em estado de tensão aguda. O rendimento dos Treasuries de 10 anos saltou para 4,49%, o maior aumento semanal desde 2001. E isso é mais do que apenas um número: reflete uma fuga de capital de ativos considerados seguros e o aumento das expectativas inflacionárias.

Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, manifestou preocupação com o estado do mercado de títulos, alertando sobre uma possível disfunção no segmento de Treasuries. Suas preocupações foram ecoadas pela presidente do Fed de Boston, Susan Collins, que indicou que o Federal Reserve está preparado para agir caso a situação ameace desestabilizar o sistema financeiro. Assim, o chamado "Fed put" — a noção não oficial de que o Fed apoiará os mercados em tempos de crise — voltou ao centro das discussões.

Contudo, o simples fato de o "Fed put" ter retornado ao debate público é um sinal preocupante. Isso sugere que os mercados já não são mais vistos como resilientes a choques externos e passaram a depender da expectativa de intervenção do banco central. Quando os investidores contam com esse apoio, o mercado deixa de ser saudável e se torna dependente de resgates.

Não é surpresa, portanto, que a volatilidade tenha se tornado o novo normal. O economista Adam Ternkvist observou que oscilações semanais superiores a 10% no S&P 500 remetem aos choques extremos vividos durante a pandemia.

"Montanha-russa não é um termo técnico, mas provavelmente é o melhor adjetivo para descrever o comportamento dos preços nos mercados de ações nesta semana", comentou o especialista com ironia.

A raiz dessa turbulência não está apenas nas tarifas. Elas são apenas a ponta do iceberg. O que está por trás é a crescente preocupação com o estado da economia americana. Segundo a Universidade de Michigan, as expectativas de inflação dos consumidores atingiram níveis não vistos desde o início da década de 1980, enquanto a confiança continua em queda. Em outras palavras, mesmo que o mercado acionário suba no papel, o sentimento econômico permanece profundamente negativo.

Mais preocupante ainda é o ceticismo crescente dos investidores quanto à sustentabilidade do mercado americano. De acordo com uma pesquisa MLIV Pulse realizada entre 9 e 11 de abril, 81% dos entrevistados disseram que pretendem reduzir sua exposição aos EUA ou evitar aumentá-la, apesar da pausa tarifária anunciada por Trump. Mais de 27% admitiram já ter cortado suas posições no país além do inicialmente planejado. Assim, mesmo esse rali impressionante — que em condições normais atrairia fluxos de capital — agora é visto não como um sinal de compra, mas como uma boa oportunidade de saída. Não se trata mais de uma nova demanda por ativos americanos, mas de uma retirada tática do risco, disfarçada de otimismo.

Grandes players compartilham dessa visão cautelosa — senão pessimista. Michael Hartnett, do Bank of America, sugeriu que, na ausência de uma distensão significativa no conflito e de uma intervenção ativa da Reserva Federal, a estratégia mais prudente continua sendo vender nas altas. Ele recomenda abrir posições de venda no S&P 500 até o nível de 4.800 (o índice fechou a sexta-feira em 5.363,36) e, ao mesmo tempo, apostar na valorização dos Treasuries de curto prazo como proteção contra novas turbulências.

Seu colega Krit Thomas concorda, observando que o mercado atualmente é guiado não por fundamentos, mas por sentimento de curto prazo. A esperança de paz comercial existe apenas nas manchetes — não em acordos concretos. Todos reagem a rumores e frases de efeito, tornando a estabilidade uma ilusão.

Assim, a disparada das ações não representa uma reversão de tendência, mas sim um repique — não uma nova corrida de alta, e sim o caos disfarçado. A semana passada não foi sobre recuperação, mas sobre reação ao medo e à esperança. Isso não é um rali, é um déjà vu de 2020, quando os mercados viviam de manchete em manchete. Quando os gráficos se parecem com o monitor cardíaco de um paciente em arritmia, operar no mercado torna-se um teste de resistência — especialmente para quem ainda confia em sinais tradicionais.

Se você se sente desorientado nesse caos, a culpa não é sua. O mercado agora opera sob a lógica de uma realidade fluida, onde qualquer modelo só vale até o próximo tweet. Ainda assim, mesmo nessas condições, oportunidades existem — mas a abordagem precisa mudar. Quando as regras antigas já não se aplicam, vencem aqueles que agem com flexibilidade, rapidez e estratégia. Aqui vão algumas dicas para não apenas sobreviver a essa volatilidade, mas também lucrar com ela:

– Venda nos rallies. Qualquer movimento de alta — especialmente quando motivado por declarações políticas — não é sinal de compra, mas sim uma chance de realizar lucros ou abrir posições vendidas. Até que a guerra comercial seja desescalada e o Fed entre em ação, não há base para uma tendência sustentável.

– Negocie a volatilidade. Utilize instrumentos atrelados ao VIX ou ativos sensíveis a notícias. Em meio a oscilações selvagens, o lucro está menos na direção e mais no movimento em si.

– Diversifique com ativos de refúgio. Ouro, iene e franco suíço continuam sendo escolhas inteligentes num cenário de perda de confiança no dólar e nos Treasuries.

– Acompanhe as notícias, não os gráficos. Neste momento, os mercados são guiados por manchetes, não por fatores técnicos. Uma única frase vinda da Casa Branca pode invalidar todos os níveis de suporte e resistência.

– Evite operações de longo prazo. Este mercado é para táticos, não para investidores. Pense em dias e semanas, não em meses. A prioridade deve ser a preservação de capital e a busca de oportunidades de curto prazo.

EUR contra todos: como ele se torna o herói do drama tarifário
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Em meio à turbulência no comércio global causada por movimentos bruscos da Casa Branca, surgiu um vencedor surpreendente no mercado de moedas: o euro. O que antes parecia um cenário improvável agora se tornou realidade — o euro está se fortalecendo em meio à fuga de investidores dos ativos dos EUA, contrariando as previsões consensuais. Em poucas semanas, a moeda europeia registrou um de seus maiores avanços em uma década, surpreendendo os céticos que ainda se apoiavam em modelos ultrapassados.

Este artigo analisa por que o euro se tornou uma moeda de refúgio nesse crescente impasse comercial, o que impulsiona sua valorização, como isso afeta a economia da UE e quais são as projeções para os próximos meses. Encerramos com recomendações para traders que desejam capitalizar essas movimentações.

Desde o início de abril, o euro já se valorizou mais de 5% frente ao dólar, ultrapassando a marca de 1,14 — seu nível mais alto em três anos e o maior ganho diário em nove anos. Somente na última quinta-feira, após a decisão de Trump de suspender as tarifas por 90 dias, o euro teve seu maior salto desde 2015. Segundo analistas, esse movimento não é apenas técnico, mas sim reflexo de uma mudança estrutural.

No início do ano, as projeções apontavam que o euro cairia em direção à paridade com o dólar — ou até abaixo disso. Agora, estrategistas cambiais correm para revisar suas perspectivas.

Kit Juckes, do Société Générale, destacou que os fluxos de capital passaram a ter mais peso que os saldos comerciais na dinâmica de mercado. Segundo ele, os investidores estão fazendo uma pergunta simples: se os EUA estão minando ativamente sua própria lucratividade corporativa e desestabilizando os mercados, por que o resto do mundo deveria manter ativos em dólares americanos?

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Diante desse cenário, a realocação de capital em grande escala torna-se uma decisão lógica. Na última década, os investimentos estrangeiros nos EUA quase quintuplicaram, saltando de US$ 13 trilhões para US$ 62 trilhões. Mas agora, esse capital maciço começa a se reverter. A repatriação — especialmente para a Europa, onde a estabilidade política persiste — está se tornando um poderoso motor da valorização do euro. De acordo com o Citi, a zona do euro concentra a maior parte do investimento estrangeiro dos EUA quando analisado por moeda. Isso explica não apenas a direção, mas também a magnitude dos fluxos. Ao contrário da especulação de curto prazo, estamos diante de uma realocação sistêmica que sustenta uma tendência de alta no longo prazo.

Nesse contexto, muitos analistas estão revisando suas projeções para o euro. O estrategista de moedas Vasileios Gkionakis vê o EUR/USD em 1,25 como "totalmente plausível", especialmente se os influxos continuarem e os gastos fiscais alemães se mantiverem em expansão.

O mais interessante é que a valorização do euro não se limita ao dólar norte-americano — ele também atingiu uma máxima de 17 meses frente à libra esterlina e está sendo negociado próximo do pico de 11 anos em relação ao yuan chinês. Seu índice ponderado pelo comércio está em níveis recordes. Não se trata de uma recuperação pontual: estamos testemunhando uma reconfiguração do papel global do euro. Embora esse comportamento seja familiar para moedas como o iene e o franco suíço, para o euro, esse é um território inexplorado. Até mesmo o membro do Conselho do BCE, François Villeroy de Galhau, comentou com ironia: "Graças a Deus, a Europa criou o euro há 25 anos".

Naturalmente, toda valorização acentuada traz efeitos colaterais. Um euro forte impõe desafios aos exportadores, que historicamente se beneficiaram de uma moeda mais fraca. Como aponta o economista Mathieu Savary, durante recessões globais, a fraqueza do euro sempre atuou como um amortecedor para a economia europeia. Esse amortecedor agora está desaparecendo, o que pode comprometer lucros corporativos e pressionar os índices acionários da UE — sobretudo nos setores exportadores, como o automotivo e o industrial.

Ainda assim, o mercado continua enxergando o euro como porto seguro em meio ao caos que envolve o dólar e os Treasuries americanos. O diferencial de rendimento entre os títulos de 10 anos da Alemanha e dos EUA aumentou 50 pontos-base em apenas uma semana — mais um indicativo de que os investidores estão favorecendo a confiabilidade alemã em detrimento do ruído americano.

Esse novo comportamento está alimentando um paradoxo: uma moeda que costumava se fragilizar diante de choques globais agora demonstra resiliência. O euro está ganhando terreno onde antes costumava vacilar. Até os mais céticos estão sendo obrigados a reconhecer que os modelos antigos ficaram obsoletos. De potencial vítima da guerra comercial, o euro passou a ser um de seus maiores beneficiários. A cada nova onda de isolacionismo norte-americano, o euro se fortalece — uma verdadeira mudança de paradigma em tempo real.

Essa transformação também abre portas para novas oportunidades. Para os traders, a força do euro é um sinal claro:

– Primeiro, com a repatriação de capital e a busca por segurança, o par EUR/USD pode seguir sua escalada rumo a 1,17–1,20 (ou mais).
– Segundo, à medida que exportadores europeus sentem a pressão, é razoável esperar correções nos índices acionários da UE, especialmente nos setores cíclicos.
– Terceiro, a demanda por títulos denominados em euros deve aumentar, abrindo oportunidades no mercado de dívida.
– Por fim, pares cambiais como EUR/GBP e EUR/CHF tornam-se cada vez mais atrativos para estratégias de curto prazo.

Em resumo, o euro não apenas se recuperou — ele entrou em uma nova trajetória. Tornou-se reflexo da desconfiança crescente nas políticas dos EUA, símbolo da repatriação de capital e — surpreendentemente — novo pilar de estabilidade no cenário global. Talvez essa fase não dure para sempre, mas, neste momento, o euro não é apenas o vencedor da semana. Ele é o novo líder dos mercados em meio à decepção com o dólar.

E se você não quiser apenas assistir a essa tendência se desenrolar, agora é a hora de agir. Abra uma conta na InstaForex, , baixe nosso app móvel e comece a capitalizar sobre a força do euro — hoje mesmo.

As tarifas de Trump podem custar US$ 100 bilhões ao setor automotivo

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Enquanto os mercados digerem os últimos tweets e anúncios da Casa Branca, um setor específico já está sob forte pressão na guerra tarifária: o automotivo. As tarifas de 25% sobre carros importados, impostas por Donald Trump, permanecem em vigor, mesmo após a redução parcial de outras tarifas. E as consequências desse ataque direcionado podem ser muito mais amplas do que parecem à primeira vista. Neste artigo, explicamos por que a escalada tarifária pode desencadear a maior crise no setor automotivo em mais de uma década, quais empresas estão mais expostas, o que esperar das ações automotivas nos próximos meses — e como os traders podem não apenas resistir a essa volatilidade, mas também transformá-la em oportunidades reais de negociação.

Vamos aos números. De acordo com o Boston Consulting Group, o impacto total das tarifas sobre o setor automotivo pode variar entre US$ 110 e US$ 160 bilhões por ano. E isso não se limita ao aumento dos custos de produção — estamos falando de uma reconfiguração completa da cadeia de valor da indústria automobilística: fornecedores, linhas de montagem, preços nas concessionárias e até a demanda do consumidor final. Só nos Estados Unidos, os aumentos de custo devem atingir US$ 107,7 bilhões, sendo que quase metade desse montante — US$ 41,9 bilhões — recai diretamente sobre as Três Grandes de Detroit: General Motors, Ford e Stellantis.

E a pressão está longe de terminar. Novas tarifas sobre componentes automotivos devem entrar em vigor em 3 de maio, o que poderá elevar ainda mais os custos para fabricantes e consumidores, além de acirrar a incerteza nos mercados.

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Ironicamente, as tarifas não afetarão apenas marcas estrangeiras. Fábricas americanas fortemente dependentes de peças importadas também estão sendo atingidas em cheio. Na era da globalização, "localizar" a produção muitas vezes significa apenas colar uma nova etiqueta, e não construir uma cadeia de suprimentos do zero. Como resultado, até mesmo veículos orgulhosamente montados no Tennessee ou em Michigan podem ter aumentos de preço quase equivalentes aos dos importados. O Goldman Sachs estima que o custo final para os consumidores nos EUA aumentará entre 2.000 e 4.000 dólares por veículo novo. A Cox Automotive alerta que os carros importados nos EUA podem subir até 6.000 dólares, os veículos montados nos EUA em 3.600 dólares, e outros 300 a 500 dólares podem ser acrescidos devido às tarifas anteriores sobre metais.

As montadoras agora correm para salvar a imagem e preservar a fatia de mercado. A Hyundai prometeu não aumentar os preços por dois meses. A Ford e a Stellantis estão oferecendo promoções especiais para seus clientes. A Jaguar Land Rover foi além e suspendeu temporariamente as exportações para os EUA — aparentemente decidindo que é melhor não se envolver. Mas essas são medidas paliativas. De acordo com a Telemetry, as montadoras têm estoques de veículos isentos de tarifas que durarão no máximo de 6 a 8 semanas. Depois disso: um "precipício tarifário" e um forte reajuste nos preços.

Como isso afetará as vendas? Diretamente. O mercado se prepara para uma queda nas vendas anuais de veículos em 2 milhões de unidades nos EUA e no Canadá. E isso não se trata apenas de enfraquecimento da demanda — é uma disrupção de todo o panorama empresarial. Espera-se que certos modelos desapareçam dos showrooms, que linhas de produção sejam enxugadas e que fábricas menos rentáveis sejam encerradas. Esses efeitos se espalharão pela força de trabalho, por setores adjacentes e, naturalmente, pelos acionistas.

"O que estamos vendo agora é uma mudança estrutural, impulsionada por políticas, que provavelmente será duradoura", disse o economista Felix Stellmaszek. "Este pode muito bem ser o ano mais impactante da história da indústria automobilística — não apenas pelos custos imediatos, mas porque está forçando uma mudança fundamental em como e onde o setor produz." Em outras palavras, o antigo mantra "produza onde for mais barato" não se sustenta mais. A manufatura está sendo forçada de volta para casa — mas a um custo elevado. Isso deixa as montadoras com duas opções: aumentar os preços ou cortar lucros. Em ambos os casos, os acionistas não ficarão satisfeitos.

Os mercados já começaram a reagir. As ações da Ford mostram fraqueza persistente, e traders estão adotando estratégias defensivas. Os maiores riscos recaem sobre marcas fortemente dependentes de importações e fornecedores de autopeças — eles estarão no epicentro da reação em cadeia. Montadoras europeias e asiáticas com grande exposição ao mercado americano também estão na linha de fogo. Mesmo aquelas que se orgulham de serem "ágeis" enfrentarão custos logísticos mais altos, cadeias de suprimento redirecionadas e estratégias de precificação revisadas.

Ninguém está totalmente isolado do impacto tarifário, nem mesmo os fabricantes de veículos elétricos ou marcas de nicho. Neste ambiente, investidores já estão precificando resultados financeiros mais fracos para o segundo trimestre, e algumas empresas podem começar a exibir volatilidade típica de períodos de crise.

Para os traders, este não é um momento de pânico — é um momento de ação. A reprecificação em curso abre oportunidades de negociação tanto no curto quanto no médio prazo. Em primeiro lugar: busque oportunidades de venda. Mire em montadoras com alta dependência de importações, mais vulneráveis a choques tarifários, e em ações já sobrevalorizadas. Em segundo: explore a divergência entre players locais e internacionais, especialmente se os últimos demorarem a se adaptar. E em terceiro: a própria volatilidade se torna um ativo — operações em faixas, negociações com base em notícias e movimentos de rompimento podem gerar retornos sólidos.

A Apple vence a batalha, mas não a guerra: o que está por trás da concessão tarifária de Trump e o que os comerciantes devem esperar a seguir

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Mais uma vez, a Apple se vê no centro de um impasse global, presa entre a política comercial dos EUA e os interesses econômicos da China. Em meio à escalada das tensões na guerra tarifária, a decisão de Donald Trump de isentar os principais produtos da Apple da tarifa de importação de 125% trouxe um alívio surpreendente. Mas será essa uma mudança real de política — ou apenas uma pausa estratégica antes da próxima onda de pressão? Neste artigo, vamos explorar o que está por trás dessa isenção, como ela pode impactar a Apple e suas ações, quais riscos ainda persistem e como os traders podem navegar nesse cenário volátil.

Vamos aos números. Na semana passada, o governo Trump retirou diversos itens da lista de tarifas de 125%, incluindo smartphones, laptops, processadores e telas. Com isso, iPhones, iPads, Macs, Apple Watches e AirTags — ou seja, praticamente todo o portfólio gerador de receita da Apple — estão temporariamente protegidos. Isso representa mais de US$ 100 bilhões em importações chinesas, quase um quarto de todas as exportações da China para os EUA em 2024.

A medida pegou o mercado de surpresa. Poucos dias antes, a Apple já se preparava para o pior: reestruturando sua logística de curto prazo e acelerando a produção de iPhones na Índia.

Os investidores respiraram aliviados — com razão. De acordo com o analista Amit Daryanani, sem a isenção, a Apple enfrentaria uma "inflação de custos de materiais", o que provavelmente levaria a aumentos nos preços dos dispositivos e a um impacto negativo na demanda. As ações da Apple já haviam acumulado uma queda de 11% desde o início de abril, e a imposição da tarifa poderia ter transformado esse declínio em uma correção mais profunda, impulsionada por um choque de fundamentos.

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Mas ainda não é hora de respirar aliviado. Ao remover o verniz do otimismo recente, o cenário real se revela: não houve uma reversão de política — apenas uma suspensão temporária da execução. No fim de semana, Trump confirmou que a isenção é provisória. A retórica da Casa Branca não mudou, e uma nova onda de restrições ainda paira no horizonte. A pressão tarifária não desapareceu — apenas foi adiada.

E o próximo movimento já está à vista — e pode ser igualmente doloroso. Uma nova investigação sobre importações de semicondutores deve ser iniciada nas próximas semanas, com alta probabilidade de resultar em tarifas setoriais. E isso não se limitará apenas aos chips em si: qualquer produto que os contenha pode se tornar alvo. Isso coloca a Apple novamente no centro da mira, considerando que 87% dos iPhones, 80% dos iPads e 60% dos Macs ainda são produzidos na China.

Do ponto de vista geopolítico, o terreno continua instável. A Apple obtém cerca de 17% de sua receita no mercado chinês e mantém presença significativa no país — de lojas conceito a centros logísticos. Se Washington seguir pressionando, retaliações por parte de Pequim não podem ser descartadas. No passado, a China já restringiu o uso de iPhones entre funcionários públicos e promoveu investigações antitruste. Dada a dependência da Apple da infraestrutura chinesa, até mesmo barreiras informais podem resultar em bilhões de dólares em perdas.

E o que a Apple está fazendo? Tentando diversificar. Quase todos os Apple Watch e AirPods já são fabricados no Vietnã, enquanto partes da produção de iPads e Macs migraram para a Malásia e Tailândia. A Índia também vem ganhando peso: mais de 30 milhões de iPhones foram montados lá em 2024 — e esse número tende a crescer. Ainda assim, substituir completamente a capacidade chinesa, no curto prazo, é impraticável. O nível de integração tecnológica e escala industrial na China continua sem paralelo. Em outras palavras, a Apple ainda não tem um Plano B à altura.

Para o mercado, isso significa uma coisa: a volatilidade continua elevada. Mesmo com a isenção temporária em vigor, os riscos permanecem — tanto para o negócio quanto para as ações. Qualquer mudança de tom por parte da Casa Branca, o anúncio de uma nova investigação ou até um simples vazamento sobre tarifas pode provocar uma nova correção nos papéis da Apple. Sim, a empresa segue sólida em termos fundamentais, com um balanço robusto, demanda estável e uma base de clientes leais. Mas, em um cenário onde decisões políticas têm mais impacto do que lançamentos de produto, não basta o que você vende — importa onde você fabrica.

E o que os traders podem fazer com tudo isso:

  • Aproveitar o atual movimento de recuperação para operações de curto prazo na ponta compradora, especialmente se a retórica da Casa Branca permanecer moderada nos próximos dias.
  • Monitorar de perto qualquer notícia sobre a possível investigação no setor de semicondutores. Se iniciada, será quase certamente um gatilho para nova queda — principalmente em ações expostas à China ou à cadeia global de chips.
  • Operar em faixas e focar na volatilidade. O mercado está reagindo manchete por manchete — e essa dinâmica gera ótimas oportunidades para operações rápidas, táticas e bem temporizadas.

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lena Ivannitskaya,
Especialista em análise na InstaForex
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