S&P 500
Perspectiva para 10 de abril
Mercado dos EUA se recupera fortemente, mas guerra comercial de Trump com a China segue sem solução
Principais índices dos EUA na quarta-feira:
Dow Jones: +8%
Nasdaq: +12%
S&P 500: +9,5%
S&P 500: 4.983 pontos (faixa de negociação: 4.800–5.700)
Foi um dia de forte recuperação para as ações norte-americanas. O Nasdaq Composite disparou quase 12%, o S&P 500 subiu 9,3%, e o Dow Jones Industrial Average avançou cerca de 3.000 pontos.
O impulso veio após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas recentemente impostas, reduzindo-as para 10% para os países que não retaliaram os Estados Unidos.
No entanto, as tarifas sobre as importações chinesas foram elevadas de 104% para 125%, mantendo o impasse comercial entre Washington e Pequim.
A alta foi impulsionada, em parte, pela forte cobertura de posições vendidas após quedas acentuadas nos dias anteriores, além de uma recuperação robusta nas ações de megacapitalização.
Diversas das principais empresas do mercado registraram ganhos de dois dígitos:
- NVIDIA (NVDA): US$ 114,33 (+18,03 | +18,7%)
- Apple (AAPL): US$ 198,85 (+26,43 | +15,3%)
- Tesla (TSLA): US$ 272,10 (+50,24 | +22,6%)
- Microsoft (MSFT): US$ 390,49 (+35,93 | +10,1%)
- Amazon.com (AMZN): US$ 191,10 (+20,44 | +12,0%)
Todos os 11 setores do S&P 500 encerraram o pregão com ganhos superiores a 3,9%. O setor de tecnologia liderou o avanço com alta de 14,2%, seguido pelo consumo discricionário (+11,4%) e comunicações (+10,0%).
A valorização do dia 9 de abril também foi sustentada pela forte demanda em um leilão de US$ 39 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos, especialmente por parte de investidores estrangeiros.
O rendimento dos títulos de 10 anos chegou a 4,50% antes de recuar e encerrar em 4,40% — ainda assim, 14 pontos-base acima do fechamento anterior.
Enquanto isso, os investidores digeriam a ata da reunião de março do FOMC, que revelou preocupações crescentes entre os membros do Fed com os riscos ao emprego, ao crescimento econômico e com as pressões persistentes da inflação. A publicação teve reação moderada nos mercados.
Histórico do ano:
Dow Jones Industrial Average: -4,6%S&P 500: -7,2%S&P Midcap 400: -10,3%Nasdaq Composite: -11,3%Russell 2000: -14,2%
Visão geral dos dados econômicos:
Índice semanal de pedidos de hipotecas do MBA: 20,0% (anterior -1,6%)Estoques no atacado em fevereiro: 0,3% (consenso 0,3%, anterior 0,8%)
O calendário macroeconômico de quinta-feira inclui:
Agenda econômica (horário ET):
8h30:
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de março
- Consenso: +0,1% | Anterior: +0,2%
- Núcleo do IPC (exclui alimentos e energia)
- Consenso: +0,3% | Anterior: +0,2%
- Pedidos iniciais semanais de auxílio-desemprego
- Consenso: 225.000 | Anterior: 219.000
- Pedidos contínuos de auxílio-desemprego
- Anterior: 1,903 milhão
10h30:
Estoques semanais de gás natural
- Anterior: +29 bilhões de pés cúbicos (bcf)
14h00:
- Balanço orçamentário do Tesouro – março
- Anterior: -US$ 307,0 bilhões
Energia: Petróleo Brent a US$ 65 — Os preços do petróleo subiram US$ 4, impulsionados pela forte recuperação das ações nos EUA e pela redução dos temores de uma recessão na economia americana.
No entanto, a principal preocupação — a guerra comercial de Trump com a China — só se intensificou a partir da manhã de quinta-feira. Ainda não há sinais de que a China esteja disposta a negociar com os Estados Unidos, apesar das repetidas declarações do presidente Trump e do secretário do Tesouro, Bessent, de que Washington está pronto para um acordo com Pequim. Para ser justo, foi o próprio governo americano — especialmente Trump — que deu início ao confronto comercial praticamente do nada; não houve nenhuma ação imediata por parte da China que justificasse plausivelmente uma ofensiva econômica tão agressiva.
Conclusão: Antes do fechamento do mercado norte-americano ontem, realizamos lucros com posições compradas abertas nas mínimas da semana passada. Esse movimento praticamente compensou as perdas no portfólio de ações dos EUA. Ainda assim, recomendamos manter as posições previamente estabelecidas.
Graças à realização de lucros de ontem — ainda válida hoje, já que os preços permanecem praticamente estáveis em relação ao fechamento de quarta-feira —, agora dispomos de ampla liquidez para voltar ao mercado americano caso ocorra uma nova liquidação.
Quanto ao panorama mais amplo, acreditamos que o mercado dos EUA tenha entrado em uma fase de consolidação. Se os preços se aproximarem das máximas de 12 meses, pode ser sensato garantir os ganhos acumulados. Afinal, a guerra comercial de Trump com a China permanece sem solução, e os riscos de recessão seguem no radar.