S&P500
Atualização do mercado em 7 de abril.
Instantâneo dos principais índices de ações dos EUA na sexta-feira:* Dow -5,5%* NASDAQ -5,8%* S&P 500 -6%
O S&P 500 está sendo negociado a 5.074, em uma faixa diária de 4.700 a 5.700.
Na manhã de segunda-feira, durante o pregão eletrônico, o índice S&P 500 (SPX) voltou a cair de forma acentuada, atingindo 4.890 pontos — uma retração adicional de cerca de 3,5% em relação ao fechamento da sexta-feira.
Com isso, até a manhã de 7 de abril, o principal índice acionário dos EUA acumulava uma queda de 20% em relação à máxima registrada em 1º de fevereiro de 2025. Essa desvalorização acentuada, em tão curto espaço de tempo, reflete os impactos das decisões precipitadas do governo Trump. Estima-se que o valor de mercado das empresas americanas tenha encolhido em pelo menos US$ 7 trilhões somente no dia 7 de abril.
Os índices de referência acumularam perdas significativas pela segunda sessão consecutiva, com volumes de negociação acima da média.
O Nasdaq Composite registrou queda de 5,8%, entrando oficialmente em território de mercado de baixa (bear market), com mais de 20% de retração desde sua máxima histórica. O S&P 500 recuou 6,0%, enquanto o Dow Jones Industrial Average perdeu mais de 2.000 pontos.
A China retaliou as tarifas americanas com a imposição de uma tarifa de 34% sobre importações dos EUA, escalando ainda mais a guerra comercial e reduzindo as expectativas de uma resolução rápida das tensões. Esse movimento reacendeu os temores de uma desaceleração econômica global, aumentando a aversão ao risco e ampliando a queda generalizada nos mercados.
O petróleo sofreu forte desvalorização, recuando 7,5% para US$ 62,02 por barril. Os rendimentos dos Treasuries também caíram: o rendimento dos títulos de 2 anos caiu 5 pontos-base, para 3,67%, e o dos títulos de 10 anos recuou 7 pontos-base, para 3,99%. O índice de volatilidade CBOE VIX disparou, ultrapassando a marca de 45,0 pontos.
A escalada da guerra comercial e os receios de desaceleração econômica acabaram ofuscando os dados positivos do mercado de trabalho: as folhas de pagamento não agrícolas (Nonfarm Payrolls) registraram alta de 228.000 vagas em março, bem acima da expectativa de 130.000. No entanto, revisões para baixo nos dados de janeiro e fevereiro suavizaram o otimismo em relação ao desempenho do emprego.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não conseguiu acalmar os mercados com suas declarações. Embora tenha reconhecido que as tarifas superaram as expectativas e representem um risco adicional para o crescimento econômico, ele afirmou que o FOMC manterá cautela, aguardando mais clareza antes de ajustar a política monetária.
Todos os 11 setores do S&P 500 registraram queda superior a 2,5%. O setor de energia liderou as perdas, com queda de 8,7%, seguido pelos setores financeiro (-7,4%) e tecnologia (-6,3%).
No acumulado do ano:
* Dow Jones Industrial Average -9,9%* S&P 500 -13,7%* S&P Midcap 400 -15,1%* Russell 2000 -18,1%* Nasdaq Composite -19,3%
Isenção de responsabilidade: Conforme mencionado anteriormente no texto, a queda do mercado na segunda-feira poderia ser maior em cerca de 3%.
Calendário econômico na sexta-feira:
* Folha de pagamento não agrícola de março: 228 mil (consenso de 130 mil); a anterior foi revisada para baixo de 151 mil para 117 mil
* Empregos privados não agrícolas em março: 209 mil (consenso de 120 mil); o anterior foi revisado para baixo, de 140 mil para 116 mil
* Média de ganhos por hora em março: 0,3% (consenso de 0,3%); o anterior foi revisado para baixo, de 0,3% para 0,2%
* Taxa de desemprego de março: 4,2% (consenso: 4,1%); anterior: 4,1%
* Média da semana de trabalho em março: 34,2 (consenso 34,2); anterior revisado de 34,1 para 34,2
A principal conclusão do relatório é que os resultados positivos de março foram um pouco compensados pelas revisões para baixo de janeiro e fevereiro, portanto, é improvável que o relatório mude a opinião do Fed sobre a situação atual do mercado de trabalho.
Na segunda-feira, os participantes do mercado ficarão sabendo:
* Crédito ao consumidor de fevereiro (consenso: US$ 15,1 bilhões; anterior: US$ 18,1 bilhões), às 15h00 (horário da costa leste dos EUA) de segunda-feira.
Mercado de energia
O petróleo Brent está sendo negociado a $63,80. Os preços do petróleo caíram acentuadamente. Além da queda do mercado acionário dos EUA, o petróleo está sob pressão devido à decisão da OPEP+ de aumentar o fornecimento de petróleo em 0,4 milhão de barris por dia, o que é consideravelmente maior do que o aumento previsto de 0,16 milhão de barris.
Conclusão
O mercado dos Estados Unidos registrou uma queda de 20% nos principais índices de referência. Em períodos de grandes crises, a bolsa costuma atuar como um indicador antecipado, sinalizando uma possível recessão antes que ela se manifeste oficialmente na economia real. Foi o que ocorreu em 2008: o mercado acionário iniciou sua trajetória de queda em outubro de 2007, enquanto a recessão só foi reconhecida a partir de março de 2008.
Dessa forma, uma recessão nos EUA já no segundo trimestre de 2025 não pode ser descartada. No entanto, é importante lembrar que cada grande crise tem características próprias. No cenário atual, a economia americana ainda apresenta fundamentos sólidos. O colapso nos mercados é, em grande parte, resultado de intervenções políticas, sobretudo por parte do governo Trump, com medidas tarifárias agressivas e controversas. Não surpreende que a China esteja liderando a retaliação com contramedidas equivalentes.
Apesar disso, existe a possibilidade de reversão parcial ou total dessas tarifas, o que poderia desencadear uma recuperação nos mercados. Ainda assim, não há garantias. Independentemente do cenário, uma regra clássica do investidor se aplica: comprar sem o uso de alavancagem. Aos níveis atuais, os preços oferecem excelentes oportunidades de entrada. Em alguns anos, estes patamares poderão ser vistos como históricos. Por isso, a recomendação é clara: compre e mantenha posições no índice S&P 500 (SPX).